Datas:
Anfitrião:
Participantes en la reunión:
A equipa do Projeto KA201 “Inclus 4 all” chega à cidade de Vilela, no concelho de Paredes, Portugal.
Em primeiro lugar, os nossos anfitriões levam-nos a uma visita ao Posto de Turismo de Vilela e explicam a importância desta indústria na região. Esta área tem uma economia baseada principalmente no fabrico de mobiliário, como cadeiras, mesas, armários, prateleiras, etc. que são geridos por pequenas empresas locais de tipo familiar.
Como exemplo deste compromisso com a inclusão o Município de Paredes criou o “Balcão da Inclusão” adaptado às pessoas com deficiência. Este balcão presta um serviço de atendimento especializado nas áreas da deficiência e incapacidade, disponibilizando informações sobre programas específicos, materiais de apoio, etc.
De seguida, visitámos o Campo municipal de Golfe “O Aqueduto”.
A Câmara Municipal de Paredes, no seu compromisso com a diversidade e inclusão, disponibiliza o apoio necessário no âmbito da implementação do projeto “Golfe, uma estratégia de promoção de sucesso” apresentada pelo Agrupamento de Escolas da Vilela. Trata-se de um projeto inovador financiado pelo Instituto Português do Desporto e Juventude, (IPDJ), pelo Programa Nacional do Desporto para Todos, graças ao projeto apresentado pelas três entidades envolvidas: o Agrupamento de Escolas de Vilela, o Campo de Golfe Aqueduto e a Câmara Municipal de Paredes. A colaboração da autarquia é essencial, uma vez que disponibiliza o transporte durante o horário escolar.
Este programa visa reforçar a autoestima dos alunos com baixo desempenho académico e escolar e em risco de retenção devido a problemas comportamentais e insere-se num projeto mais alargado do Agrupamento de Escolas da Vilela: Apoiar +, o projeto Retenção Zero. Após um ano de experiência, concluiu-se que os níveis negativos dos alunos passaram de 8-9 para 2-3, o que representou uma melhoria significativa no seu desempenho académico.
Para a concretização deste projeto, as famílias assinam um contrato com a escola, no qual autorizam os seus educandos a frequentar aulas de golfe, duas vezes por semana.
A filosofia do projeto é que o golfe é um desporto difícil executar. As primeiras tentativas não têm sucesso, no entanto, os alunos são incentivados a não desistir e, seguindo orientações dos monitores, vão conseguindo, aos poucos, dominar e controlar a bola.
Estas aulas de golfe são intercaladas com sessões de psicologia, com o psicólogo do Agrupamento de Escolas de Vilela. O psicólogo faz uma ligação entre este desporto, que é novidade para os alunos, que eles não dominam e com os comportamentos desadequados que estão a ter na escola: há disciplinas que apesar de apresentarem dificuldades, não podem desistir. Essas disciplinas, com empenho, trabalho e apoio dos professores podem tornar-se verdadeiras vitórias e êxitos pessoais, tal como no Golfe “conseguir meter a bola”. No fundo trata-se de capacitar o aluno, dar-lhe autoconfiança e consciencializá-lo de que é capaz de fazer muito mais.
Neste mesmo projeto, há também a opção de Tiro com Arco ou Karaté.
Depois desta experiência, deveras interessante, visitamos a Escola Básica e Secundária de Vilela, onde está em desenvolvimento o projeto “Crescer com as Artes” Trata-se de um projeto que, através do teatro, desenvolve técnicas de saber improvisar e de dança. Esta atividade é desenvolvida por alunos de diferentes idades e também por alunos com necessidades educativas específicas. Assim, todos juntos, desenvolvem um projeto artístico comum.
Posteriormente visitamos a Escola Básica de Vilela e o seu projeto “Educ’arte”. A arte é um dos pilares sobre o qual muitos dos projetos do Agrupamento se baseiam.
Começamos o dia com a visita à Escola Básica de Rebordosa.
Nesta escola funciona um espaço que acolheu a extinta Unidade Especializada para alunos com Transtorno do Espectro Autista. Os alunos com TEA partilham a sala de aula com os outros alunos (turma), tendo sempre apoio direto por parte de um adulto. O objetivo é que os alunos com TEA permaneçam, com normalidade, na sala de aula o mais tempo possível, de acordo com o seu perfil. Quando o aluno, por qualquer motivo, precisa de uma atenção específica e necessita de sair da sala de aula, pode ir para este espaço devidamente preparado com uma dinâmica mais estruturada e que lhe permite regular a rotina. Tem um ambiente muito tranquilo, podendo ser um refúgio para quando estes alunos precisam de um ambiente relaxante. Aqui desenvolvem, ainda, uma série de atividades como música, leitura, reabilitação etc.
Neste espaço estruturado, regra geral, o número de pessoas é seis, podendo, os alunos, permanecer o tempo que necessitam, tentando, mediante o perfil de cada um, que o tempo seja apenas o necessário de forma a que a inclusão seja uma realidade.
A nossa próxima visita foi à Biblioteca da Escola. A característica peculiar das bibliotecas deste agrupamento escolar é que estão abertas a toda a comunidade educativa.
Estas bibliotecas honram a tradição do fabrico de móveis nesta área geográfica e estão equipadas com móveis de madeira adaptados às necessidades e idade de cada utilizador. São móveis muito bonitos, práticos e aconchegantes que criam espaços muito agradáveis, sem o uso abusivo de móveis de plástico, que geralmente são vistos em espaços públicos.
Ao final da tarde reunimos, na Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto com a equipa de trabalho da professora doutora Ariana Cosme que é a pessoa responsável por assessorar o Governo Português na implementação das leis educativas relacionadas com a inclusão.
A equipa da professora doutora Ariana Cosme explicou-nos o Decreto Lei n.º 54/2018 relativo à Educação Inclusiva e o Decreto Lei n.º 55/2018 relativo à Flexibilidade Curricular.
Os pontos principais do Decreto Lei n.º 54/2018 referente à Educação Inclusiva são os seguintes:
Os pontos principais do Decreto lei n.º 55/2018 referente à Flexibilidade Curricular são os seguintes:
Os parceiros italianos comentaram que em Itália cada escola tem autonomia no âmbito da flexibilidade curricular, que pode chegar aos 33%.
Em Espanha esta flexibilidade é 0%, não se pode mudar nada no currículo educativo regional.
Para além destes decretos, fomos informados sobre o sistema de avaliação utilizado em Portugal.
Os principais pontos são os seguintes:
Desta forma o sistema de avaliação português tem uma avaliação centrada na pessoa e no seu desempenho e potencial. Consegue-se, assim, uma avaliação verdadeiramente formativa.
O último dia foi dedicado à reunião de coordenação e partilha do material realizado até ao momento “Inclus 4 all”. Nessa mesma reunião analisamos o trabalho que terá de ser elaborado até à próxima reunião, que será no final do ano.
Itália apresentou o relatório que está a elaborar sobre a atual situação da educação inclusiva nos três países parceiros.
Neste relatório foram apresentados os seguintes dados:
Portugal apresentou o Decreto Lei 54/2018 no âmbito da Educação Inclusiva e tudo o que a mesma implica. Trata-se de um texto relativamente extenso que o Agrupamento de Escolas de Vilela resumiu e no qual baseou o seu trabalho de forma a facilitar a implementação do referido Decreto.
Pamplona, o Negociado de Inclusión Educativa e CREENA, apresentaram uma minuta e possível modelo de arquivos para elaboração do Guia Metodológico, que todos os parceiros gostam e é aprovado por unanimidade.
Apresentam também o cronograma e o planejamento do trabalho.Esta reunião contou com a presença da responsável do Serviço de Inclusão, Igualdade e Coexistência, Mª José Cortés Itarte como apoio ao Programa e para conhecer, em primeira mão, os normativos legais em vigor nos outros países no âmbito diversidade e educação inclusiva.
Todos os parceiros do Programa Erasmus+ “Inclus 4 all” continuarão a trabalhar no nosso grande projeto e voltarão a encontrar-se em Barcelona no final deste ano de 2020.